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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mortalidade Infantil


Expectativa De Vida




A expectativa de vida da população, em nível mundial, é crescente. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) define expectativa de vida, ou esperança de vida como: Ou seja, a expectativa de vida ao nascer é o número de anos que se calcula que um recém-nascido pode viver caso as taxas de mortalidade registradas da população residente, no ano de seu nascimento, permaneçam as mesmas ao longo de sua vida. A mesma fórmula é utilizada para o cálculo de sobrevida de uma pessoa aos 60 anos, por exemplo.
Expectativa de vida mundial em 2008 (Fonte: CIA World Factbook)
A expectativa de vida ao nascer  é calculada considerando, além da taxa de mortalidade, a expectativa de sobrevida da população residente na região em que o individuo nasceu. Fatores como saúde, educação, situação socioeconômica, criminalidade, e poluição, entre outros, são determinantes para uma maior expectativa de vida.
Nesse sentido, o aumento da expectativa de vida da população está associado a melhoria das condições de vida dessa população. Políticas públicas e avanços tecnológicos promovem essas melhorias, tais como:
  • Os cuidados com gestantes (acompanhamento pré-natal), bem como o acompanhamento do recém-nascido e o aleitamento materno diminuem as taxas de mortalidade infantil;
  • Escolarização
  • Campanhas de vacinação
  • Saneamento básico
  • Avanços na medicina
A expectativa de vida ao nascer é utilizada para cálculo previdenciário, seguro de vida e é um dos índices que compõe o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A partir desses índices, e de projeções calculadas a partir dele, políticas públicas devem ser estudadas e elaboradas para que sejam atendidas as necessidades da população no presente e no futuro.
No Brasil, a menor taxa de fecundidade, associada ao aumento na expectativa de vida ao nascer tem como resultado, o aumento no número de idosos (pessoas com mais de 60 anos), sobretudo entre as mulheres, devido ao auto índice de mortalidade entre os homens por fatores externos.
Segundo dados do IBGE (2008, p. 45), a expectativa de vida ao nascer, em nível mundial, para 2008 foi estimada em 67,2 anos. De acordo com esse relatório, no Brasil, a expectativa de vida ao nascer (2008) é de 72, 8 anos (sendo 76,7 anos para as mulheres e 69,1 anos para os homens). O Brasil ocupa a 87ª posição entre os países, quanto a expectativa de vida ao nascer. O país com maior expectativa de vida é o Japão (82,6 anos), e o país no qual a expectativa é menor (39,60) é a Suazelândia, país localizado no interior da África, entre Moçambique (penúltimo país no ranking, no qual a expectativa é de 42,10 anos) e a África do Sul (expectativa de 49, 30 anos).

As Causas e Consequências Da Miséria


A pobreza não resulta de uma única causa mas de um conjunto de factores:
  • Factores político-legais: corrupção, inexistência ou mau funcionamento de um sistema democrático, fraca igualdade de oportunidades.
  • Factores económicos: sistema fiscal inadequado, representando um peso excessivo sobre a economia ou sendo socialmente injusto; a própria pobreza, que prejudica o investimento e o desenvolvimento, economia dependente de um único produto.
  • Factores sócio-culturais: reduzida instrução, discriminação social relativa ao género ou à raça, valores predominantes na sociedade, exclusão social, crescimento muito rápido da população.
  • Factores naturais: desastres naturais, climas ou relevos extremos, doenças.
  • Problemas de Saúde: adição a drogas ou alcoolismo, doenças mentais, doenças da pobreza como a SIDA e a malária; deficiências físicas.
  • Factores históricos: colonialismo, passado de autoritarismo político.
  • Insegurança: guerra, genocídio, crime.

Consequências da Pobreza

Muitas das consequências da pobreza são também causas da mesma criando o ciclo da pobreza. Algumas delas são:
  • Fome.
  • Baixa esperança de vida.
  • Doenças.
  • Falta de oportunidades de emprego.
  • Carência de água potável e de saneamento.
  • Maiores riscos de instabilidade política e violência.
  • Emigração.
  • Existência de discriminação social contra grupos vulneráveis.
  • Existência de pessoas sem-abrigo.
  • Depressão.

A Pobreza e a Exclusão Social No Meio Rural



Os fenómenos de pobreza no meio rural não são recentes e resultam de factores de ordem económica, sociais, culturais e geográficos.

Do ponto de visto económico podemos considerar que históricamente em Portugal se verificaram três grandes formas formas de diferenciação social no mundo rural, estreitamente relacionadas com os modos de produção e que marcam a sociedade rural de hoje, determinando três grupos sociais com características sócio-económicas e culturais distintas:
- os assalariados agrícolas que não têm acesso à terra e vivem com salários temporais, numa grande precariedade económica. Essa situação, já muito antiga, predomina essencialmente no sul do país (Alentejo e Ribatejo). Este grupo social que representava a quase totalidade da população destas regiões sofreu um decréscimo significativo nos últimos 20 anos. Muitos migraram para as cidades (Lisboa essencialmente) e a situação dos que ficaram melhorou, nomeadamente pelo acesso a diferentes medidas das políticas de redistribuição e emprego. No entanto, esta situação conduziu à acentuação de uma dependência forte em relação às instituições, o Alentejo continua a ser uma das regiões da Europa com a taxa de desemprego mais elevada. Por outro lado este distanciamento em relação às figuras clássicas do emprego estável conduz a uma fraca auto-estima, e a uma clara desvalorização das experiências e trajectórias profissionais; por outro lado, quando os montantes das subvenções ou outras formas de prestações se aproximam do salário mínimo elas podem ter um efeito desincentivador da retoma de trabalho.
- Contribuiu para o empobrecimento de certas categorias sociais rurais a redução do números de explorações agrícolas, que levou um número crescente de famílias camponesas a perder parcialmente ou totalmente as suas terras e os seus rendimentos agrícolas. Este fenómeno iniciado durante a segunda parte do século XIX, tomou proporções muito maiores a partir da última guerra mundial e, sobretudo, a partir dos anos 1970. Todas as regiões dominadas pela pequena exploração agrícola familiar (principalmente centro e norte do país, ou no Algarve) foram afectadas por esse fenómeno. No entanto nas regiões beneficiando de algum dinamismo industrial (nomeadamente no litoral), as famílias encontraram um trabalho, enquanto que nas regiões mais isoladas do interior a impossibilidade de encontrar um trabalho levou a situações de sobrevivência com meios reduzidos ou a emigração. Hoje em dia, é ainda sobretudo nestas regiões que se encontram os casos de famílias agrícolas muito empobrecidas, nomeadamente junto das camadas etárias mais jovens.

- Finalmente, mais recentemente as consequências das crises das industrias instaladas em meio rural, nomeadamente na faixa ocidental do Centro e Norte do país (litoral), contribuíram para acentuar os processos de exclusão económica de famílias que muitas vezes já tinham perdido a ligação à terra.

Estas três categorias, atingidas pelas mudanças estruturais das formas de trabalho e pelas transformações dos modelos produtivos, podem na base desta diferenciação, de que aqui só tentámos esboçar alguns dos elementos distintivos, desenvolver estratégias de luta contra a precariedade que se inscrevem em lógicas diferentes. Não poderá pois, deixar de aparecer como determinante nas trajectórias de empobrecimento e de exclusão social, o lugar que os indivíduos ocupavam nos sistemas sociais locais, e a sua fragilidade e vulnerabilidade deverá ser analisada à luz destas transformações, mas também da sua posição e da evolução destas categorias sociais que predominavam nos campos, em Portugal.
Estas diferenças reflectem-se nos dados estatísticos disponíveis. Assim os dados estatísticos do inicio dos anos 90, apontam para a predominância de situações de pobreza, na região do Alentejo, com cerca de 30% do total das famílias afectadas, seguindo-se as regiões do Norte e do Centro. Segundo a mesma fonte, na região do Alentejo, onde só se concentram 6,4% das famílias do Continente, estimam-se existir 65.000 famílias em situação de pobreza.

A nível nacional, a incidência da pobreza é mais elevada em meio rural, em termos relativos, e com uma maior expressão nas localidades de dimensão inferior a 2000 habitantes. É também mais elevada nas famílias com único indivíduo (35,5% destas famílias) e nas famílias com cinco 34,6% destas famílias) ou mais indivíduos (48% destas famílias). As famílias monoparentais cujo chefe de família é mulher encontram situações extremas, "sendo também mais grave a insuficiência média de rendimentos, conduzindo a uma severidade relativa do subgrupo da população que é de 176% da severidade média registada no conjunto da população pobre."

Os escalões etários mais atingidos são os dos mais idosos, com uma extrema intensidade nos escalão de idades superior a 74 anos, com cerca de metade dos agregados atingidos. Os baixos níveis de escolaridade são também indicadores de vulnerabilidade à pobreza, com cerca de 46,8% das famílias cujo representante apresenta um nível de escolaridade inferior à instrução básica.

No que diz respeito às categorias sócio-profissionais mais atingidas "verificam-se incidências da pobreza superiores à incidência média particularmente para os trabalhadores da agricultura, sejam empresários (37,5%), sejam trabalhadores por conta de outrém".
A instalação corresponde a uma fase do ciclo de vida que é vivida com dificuldades acrescidas, para os jovens que decidiram investir na agricultura. Ela pode estar associada à transformação das explorações familiares em empresas agrícolas modernas, e ser objecto de processos conflituosos ligados aos confrontos entre gerações, aos modelos agrícolas em jogo, às formas de transmissão do património.
Outro grupo fortemente atingido são as mulheres, sobretudo, as com idades superiores a 45 anos, e com fracos capitais escolares. Os homens isolados, na mesma situação são também um grupo muito vulnerável.
As características das explorações e os modos de funcionamento dos agricultores são elementos a considerar numa trajectória de empobrecimento. Estarão a priori mais expostos os pequenos agricultores, possuindo fracos capitais escolares e reticentes à introdução de inovações em matéria de produção. Ao invés, estarão à partida mais protegidos aqueles com maiores níveis de formação, desenvolvendo métodos de produção mais "racionais" e compatíveis com as exigências do mercado.
Outros factores podem reforçar a vulnerabilidade das populações rurais, tais como as distâncias e a insuficiente oferta de transportes, as dificuldades de acesso a informação, a ausência de equipamentos ou serviços básicos (telefone, electricidade, água), problemas de saúde, dependência do álcool, toxicodependência, escassez dos equipamentos sociais,
Para os mais jovens, o abandono escolar precoce, por razões diferentes segundo os contextos locais, mas ligadas a um mercado de emprego pouco exigente , tenderão a acentuar as rotas de vulnerabilidade e exclusão.
De um modo geral, pode-se dizer que este fenómeno tem tendência a ser cumulativo: se à perda de emprego, se associa um problema de saúde, o divórcio, dificuldades na habitação, fracos níveis de formação e educação, então os riscos serão maiores de se entrar num processo de exclusão, e mais difícil será o processo de integração.

Trabalhando a nível local na animação dos territórios rurais, os técnicos das ADL tem um contacto directo com a população. Os contributos das ADL foram essenciais na sistematização de alguns elementos que permitam traçar um retrato, ainda que frágil, sobre a exclusão e a pobreza nos espaços rurais.
Sobre os territórios
A actual imagem das aldeias é de envelhecimento e velhice, de camponeses cada vez em menor número e de antigos assalariados rurais que aumentam o volume dos pensionistas de regimes não contributivos. A pobreza, que é de continuidade de um passado recente, é uma situação comum e os espaços rurais tornam-se, no seu conjunto, excluídos dos processos de modernização. Trata-se aliás de uma pobreza de "continuidade" ou seja, que não contrasta drasticamente com o meio que a envolve, globalmente fragilizado. Porém, apesar desta lógica de continuidade subsistem focos de pobreza nas áreas de intervenção de algumas das Associações LEADER (ACAPORAMA, ATAHACA, DOLMEN, Terras de Sicó) em resultado, muitas das vezes, do isolamento de algumas localidades face às sedes de freguesia e, consequentemente, da condição de interioridade que as caracteriza. Aí, nesses focos isolados constata-se por vezes a não existência de uma rede de abastecimento de energia eléctrica ou de água e, como consequência, uma diminuição drástica da qualidade de vida destas populações aldeãs. Outros interlocutores como a ADFP referem até exemplos de localidades serranas (freguesia de Vila Nova, concelho de Miranda do Corvo) que, em resultado da sua localização em locais muitas das vezes de difícil acesso, se acentuam fragilidades.
Porém, também os processos de exclusão social podem diluir-se pelos territórios conduzindo à sua desvitalização de uma forma acentuada e preocupante, realidade que parece sentir-se no concelho da Lousã, de Castanheira de Pêra e de Vila Nova de Poiares onde, segundo os discursos destes actores, a pobreza e a exclusão parecem generalizar-se um pouco por todo o território não cristalizando, ao contrário dos grandes espaços urbanos, focos de pobreza e graves situações sociais.

De facto, assiste-se a uma combinação conjunta de elementos de ordem geográfica, demográfica, económica e cultural que tornam os espaços rurais mais vulneráveis e com maiores dificuldades de se revitalizarem. Nesta problemática, as actividade económicas, designadamente as agrícolas, assumem um papel crucial para a compreensão das mutações do mundo rural. Nas últimas décadas, as actividades agrícolas tem vindo a sofrer importantes alterações, registando-se um decréscimo do número de explorações e do número de trabalhadores rurais e da diminuição das muito pequenas explorações. Tais mutações, que dão lugar a uma modernização da agricultura e a uma consecutiva maior rentabilidade, levam igualmente a uma forte diminuição do emprego agrícola, criando graves problemas sociais. As associações e outros actores inquiridos sustentam igualmente essas mutações: "perda das actividades piscatórias e agrícolas" (ACAPORAMA); "perda da importância económica e social da agricultura" (ATHACA); "diminuição do peso do contributo económico das explorações agrícolas" (IN LOCO); "perda das actividades do sector primário" (Terras de Sicó); "Este fenómeno foi responsável pela perda de poder económico e de estatuto/prestigio social da população agrícola do território, que é na sua generalidade envelhecida e que aufere pensões tão baixas, que os coloca em situações de grande vulnerabilidade face à pobreza e à exclusão social." (ADICES)
Zonas que sofreram as consequências de crises, e de processos de reestruturação industrial em certos sectores, apresentam o mesmo quadro critico. É o caso da "crise das actividades da indústria têxtil" (Câmara Municipal de Castanheira de Pêra, Serviço Local de Acção Social, Projecto de Desenvolvimento Comunitário Viver Numa Sociedade mais Justa), da perda de importância "na conserva de tunídeos e de óleo de baleia" na Madeira (ACAPORAMA).
Apesar da forte diminuição das actividades ligadas ao sector primário, ainda subsiste uma pequena agricultura com uma função importante na economia doméstica: "o sector primário funciona assim como um complemento para a economia doméstica das famílias, uma vez que surge mais como uma actividade preconizada em função do próprio consumo do que em função de acréscimo efectivo de rendimento" (Câmara Municipal da Lousã, Gabinete de Acção Social, Projecto de Desenvolvimento Integrado Agir e Integrar para Desenvolver). Desta forma se assegura um recurso seguro de grande importância na economia doméstica, principalmente quando se advinha a instabilidade dos ciclos e das práticas profissionais. Esta prática comum nos espaços rurais, em paralelo com outras, atenua muitas das vulnerabilidades existentes nas comunidades rurais e leva à menor visibilidade da pobreza e da exclusão social. Neste contexto, as solidariedades locais assumem um papel de grande importância não apenas ao nível da regulação das relações sociais mas igualmente como forma de assegurar redes de apoio comunitário. São relações de vizinhança seguras, mesmo que por vezes conflituais, com lógicas de entre-ajuda importantes que respondem, algumas das vezes, a carências de primeira necessidade.

Contudo, ao reconhecer-se a fragilidade das formas de inter-ajuda comunitária, as associações encontram um amplo espaço de actuação. É, aliás, através das associações locais que as estratégias de luta contra os processos de exclusão social ganham maior solidez: "São de iniciativa local as várias associações existentes no domínio da prestação de serviços de apoio aos idosos e de animação de crianças e jovens , da promoção de actividades recreativas e culturais (ranchos, vendas, clubes desportivos, de organização de iniciativas culturais (festas, festivais, concursos). Estas associações desempenham um papel essencial na animação e informação da população e na coesão e identidade cultural. A esse título não pode ser negligenciado o seu contributo em termos de prevenção e combate à exclusão" (In Loco). "As associações locais têm desenvolvido um trabalho de dinamização e participação das populações, tendo tal estratégia como principal objectivo a prevenção de situações de risco e exclusão" (Câmara Municipal de Lousã).
São as respostas das associações locais, em conjunto com outros organismos públicos e privados, que desenvolvem ou implementam medidas que esbatem situações de precariedade e de exclusão social: as Casas do Povo, as Juntas de Freguesia, os Centros Paroquiais, outras medidas ou programas como o Rendimento Mínimo Garantido; Projectos de Luta Contra a Pobreza (ACAPORAMA), as autarquias (In Loco); as Misericórdias (Terras de Sicó) perfazem entre si redes de apoio para as comunidades locais.
A lógica das Associações LEADER vem ao encontro da prática de implicação e envolvimento de parcerias, através de um trabalho integrado que tenta coordenar competências e sinergias: "A DUECEIRA, por si, não intervêm directamente sobre os extractos populacionais em processo de exclusão social. A sus intervenção, em termos sociais, surge indirectamente ao se constituir como parceira noutros projectos concelhios. O Programa LEADER-ELOZ. Entre Lousã e Zêzere surge também ele como um Plano de Desenvolvimento Global do território e apesar de não intervir de uma forma directa para a resolução de problemas sociais age de uma forma integrada sobre a realidade local apoiando as dinâmicas em sentido lato" (DUECEIRA).

No contexto destas parcerias, é fundamental a participação das populações, autarquias, ong, ipss e adl, instituições públicas, empresas, na criação de respostas pensadas e inovadoras de promoção da uma inclusão social.
Porque a exclusão social se inscreve em várias dimensões (o que leva a medidas integradas no seu combate), as palavras das associações mencionam fragilidades que passam por um conjunto de domínios: pelo desemprego, pelas carência habitacionais, pelos fracos capitais escolares e ainda outras que são específicas dos espaços rurais como o isolamento e a interioridade ou como o precário trabalho sazonal. Nas palavras da associação In Loco e neste enquadramento: "A questão da exclusão social assume dimensões mais catastróficas nas áreas urbanas do Algarve, onde o crescimento desenfreado dos núcleos populacionais situados ao longo do litoral à custa do esvaziamento do interior, para isso contribuiu de forma significativa. No entanto, também no interior se verificam fenómenos de exclusão que abrangem sobretudo os idosos, os residentes em núcleos populacionais mais isolados, os jovens menos escolarizados (sobretudo do sexo masculino). Na generalidade estes grupos padecem de falta de informação, vivem com baixos rendimentos, sentem-se isolados e marginalizados e, no caso dos jovens, enfrentam situações de desemprego e de precariedade de emprego" (In Loco).
Fenómenos de natureza mais recente, como a toxicodependência, ou ligados a práticas de consumo exercidas com maior intensidade e gravidade, como é o caso do alcoolismo, aparecem de forma recorrente, não como caracterização do conjunto das pessoas em situação de exclusão mas que podem afectar negativamente os percursos de indivíduos e das suas famílias.
Ao se adoptar uma óptica transversal face aos conteúdos dos discursos dos Grupos LEADER, identifica-se que certos indivíduos são particularmente vulneráveis aos processos de exclusão social e que as dimensões dessas fragilidades são diversas e cumulativas (desemprego, pobreza, carências habitacionais, isolamento, insucesso escolar etc), porém, apenas um trabalho de diagnóstico aprofundado poderá pôr a descoberto os contornos e conteúdos da exclusão em meio rural e avançar com dados que permitam aos vários actores sociais atenuar ou interromper rotas de exclusão.
As transformações que atingiram o espaço rural, fizeram-no com intensidades e de formas diferentes, e essa diferença só pode ser compreendida à luz de uma análise que integre inúmeros elementos: evolução das categorias sociais nos campos, estrutura das explorações e regime fundiário, proximidade de centros urbanos de média ou grande dimensão, intensidade dos fluxos migratórios, presença e interdependência de outros sectores de actividade, dinâmicas empresariais regionais, políticas de desconcentração de serviços públicos, entre outras.

A análise das situações de exclusão social em meio rural que resultam das suas transformações mais recentes afirmam a importância de inscrever a luta contra a pobreza e a exclusão social nos processos de desenvolvimento rural. A articulação entre as políticas nacionais e as intervenções a nível local, são o objecto do ponto seguinte.

A Medida da Desigualdade


A situação de pedintes nas ruas mostra o quão preocupante está a desigualdade social em nosso país. Pensando nisso cabe refletir sobre a seguinte situação: Uma pessoa que não tem renda fixa vai para um local público e vende honestamente raspadinhas ou qualquer outro produto. Se analisarmos, são raras as pessoas que param para dar atenção. Milhares de desculpas são ditas aos vendedores ambulantes: “não tenho dinheiro”, “estou com pressa”, “não acredito em sorte”, “hoje não” (e na verdade nunca será “hoje sim”)... As pessoas, às vezes, sem questionar sua ação ou por estarem influenciadas a desconfiança e vivendo num mundo em que tempo é raro, não refletem sobre a situação do vendedor em questão. Se eles vendem, ninguém compra, agora se roubam, mandam-no trabalhar e os chamam de desocupados.
Mas por outro lado, às vezes as pessoas resolvem ajudar e aquele que recebe, gasta o que recebe com cigarros, bebidas e outros vícios. Este comportamento é devido, geralmente, a falta de motivação para construir uma vida estruturada. Mas se ajudamos, estamos fazendo a nossa parte, e onde será investido é de consciência do ajudado, se é para o que pediu ou para outro fim.
Portanto, é uma situação polêmica, pois não sabemos ao certo o que fazer para ajudar os que realmente precisam.
 A desigualdade social tem resultado no crescimento de crianças e jovens sem preparação para a vida e muitos deles não conseguem oportunidades e acabam se tornando marginais ou desocupados, às vezes não porque querem, mas por não sobrarem alternativas.
A falta de oportunidade e solidariedade faz com que o número de desabrigados aumentem. Projetos sociais que fornecem aos jovens oportunidades de se incluírem profissionalmente na sociedade e os motivam a batalhar para “crescer na vida” são importantes para diminuir a desigualdade, violência e outros problemas que estão todo dia estampando as páginas dos jornais.
O país precisa se reestruturar, a forma de pensar, de uma grande parte da população, precisa ser reformulada. É importante investir na educação, no trabalho e na cultura. E que seja, aos poucos, reduzido o número de jovens, futuros adultos, “mendigando” nas ruas para sobreviver. É essencial não ficar alienado às desigualdades do nosso país, onde uns têm milhões e outros não têm o que comer.

Pobreza e Desenvolvimento Humano


Segundo o relatório das Organizações das Nações Unidas, os contrastes socioculturais no continente africano são muito grandes. Há comunidades rurais em que alimentos, religiões, vestimentas, regras tribais e modo de vida as quais permanecem imutáveis, há centenas de anos.
Diante disso tratarmos sobre o lado de desenvolvimento humano tendo em vista aproveitar dados do dito relatôrio sobre o setor, envolvendo a infrastrurua socio-economico capaz de orientar sobre o nível do desenvolimento e os efeitos da crise econômica e financeira munidal e sua influência sobre o progresso do Marrocos.
Embora a pobreza absoluta diminuiu, o número de pobres ou quase a grande parte permance ainda elevada: cerca de 8 milhões de pessoas.

Segundo dados do Alto Comissariado de Planejamento (HCP), o período 2001-2007 registou uma redução significativa na taxa de pobreza absoluta.

Passando de 15% para cerca de 9% da população, passando a 2,7 milhões de pessoas.

No entanto, 17,5% da população tem um nível de consumo que se situa acima da linha de pobreza. Em outras palavras, um quarto da população constitui oito milhões de indivíduos os quais se situam na linha de pobreza absoluta ou susceptível.

Em relação a importante disparidade geográfica com a taxa de pobreza nas zonas rurais (14,5%) são três vezes mais elevada que a taxa de pobreza em áreas urbanas (4,8%), e 70% de pobres provenientes das áreas rurais. Os 80% dos pobres de áreas rurais não têm acesso a emprego ou trabalho remunerado.

Essa situação necessita de acompanhamento e de uma rigorosa avaliação para que possa buscar o equilíbrio orçamentário e avançar com os programas em perspectiva.

Analisando o risco e o seu impacto nos programas econômicos, como fator essencial na elaboração de propostas para os direitos humanos, respeitando as seguintes especificações:

(A) os riscos específicos para crianças menores de quatro anos (com a desnutrição, psico-social e cognitiva) decorrendo de:
(B) violência
(C) trabalho infantil,
(D), desemprego, subemprego e emprego de baixa qualidade com pouca ou nenhuma remuneração seja (Informal/formal)